quinta-feira, 21 de junho de 2007

De Ti

O tempo, roubou-te do olhar
O brilho intenso do firmamento
Salpicou de prata o teu cabelo de mar
Abraçou-te o corpo num abandono lento

O tempo confiou-te o saber
Que tão generosamente emprestas
Àqueles que te querem ler
Aos que te espreitam pelas frestas

E tu ris-te, segura que num momento
Conheces o sentido de todo o amor
Sabes, porque já te disse o vento
Quando te envolve em seu louco clamor

E então, és senhora absoluta do mundo
És o olhar arguto, que perscruta mais além
És o amor, mais sincero, mais profundo
És a serena canção, és todo o bem

Segues, dando-te, sempre sem reserva
Lembrando tempos de enorme ardor
Do mundo, consideras-te uma serva
O tempo, não te roubou o explendor

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Em Stonehenge

Movem-se as pedras dentro de um circulo fechado, num perpétuo movimento.
Emergem do fundo dos tempos, sons vagamente harmoniosos, de um universo em constante transformação.
Vislumbra-se nos astros o advir, fractura-se o tempo nas estações, equinócios místicos abrem portas temporais.
Solstícios espreitam por entre colunas de pedra, incidindo sobre altares, suvemente simbolizando, da matéria a carne, do sangue a vida que renasce .
O futuro espelha-se do passado, reflecte-se no presente.
Em vórtice, emergem das pedras falantes, segredos esotéricos secretamente guardados, revelados aos escolhidos, àqueles que de coração puro, serão os guardiões da verdade.
Presta-se homenagem a Gaia, ergue-se o espírito para o cosmos. Fica consumado o acto da existência.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Blog's e gastronomia

Saltitava pelos blog
num salitar apressado
quando dei com aquele blog
num cantinho amarfanhado

Então, blog amigo
que tristeza te apoquenta?
-Doi-me à volta do umbigo
Uma dor que não s'aguenta

Oh que tremenda chatice
Que enorme aborrecimento
Vou perguntar à Clarice
se para ti tem um unguento

Massaja com azeite morno
Disse ela doutamente
Depois, leva ao forno
e dixa assar lentamente

Ai! troquei a receita toda
Não é nada disso, amigo
Massaja sim com azeite
à volta do teu umbigo

E depois então almoçamos
um belo cabrito assado
Com uns cheiros de ramos
que a Clarice tem preparado

Quem será a Clarice? Se alguma das minhas visitas se chamar Clarice e souber cuzinhar um bom cabrito no forno, faça o favor de se anunciar.
hahahaha

terça-feira, 12 de junho de 2007

Poema do ente (brincando com as palavras, mas não com o conteúdo)

Corre gente agitadamente
Em corrente, dependente
Tentando airosamente
Parecer que o faz alegremente

Falam fluentemente
Dos males que inquietam a gente
E que desumanamente
Nos transforma em gente dependente

Correm frenéticamente à frente
De um desânimo mordente
De uma ânsia persistente
De um sofrimento pungente

Surge gente desatinadamente
Perseguindo um nada aderente
Que lhes concede a ilusão poente
De um futuro poeticamente, politicamente, pomposamente, pontualmente, possívelmente... potente.

Oh minha gente
É imprudente nadar contra a corrente
Debater-nos sordidamente
Defendendo a vanidade decorrente
Em lugar da paixão pelo recorrente

Será bom que velozmente
Se coloque a mão na mente
Se interrompa o divergente
Se crie uma nova corrente
Que iguale toda a gente,
Consciencialize docemente,
Cure o mundo doente,
Do mal que dramáticamente
O torna num mundo sem gente.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Brincadeiras de Verão

Comprei um calção novo
Para ir até à praia
Mas o calção foi um estorvo
Ao dar de caras com a Maia

Ela olhou-me d'alto a baixo
Com um sorriso matreiro
E atirou-me um... "Oh gajo"
Tás com um ar d'azeiteiro...

É do creme, disse-lhe eu
Fingindo não entender
É dos calções, digo-te eu
Responde a Maia a correr

Tentando mudar a conversa
Convidei-a para ir nadar
Mas a Maia tinha pressa
Pressa para se pirar

E um sumo ali no bar?
Balbuciei engasgado...
A minha sede é de desandar
Respondeu num tom zangado

E lá fiquei na toalha
Virado de papo para o ar
Olhando para a maralha
Que entrava e saía do mar

Mas os calções são tão lindos
Pensei olhando-lhe a flor
E os elogios são bem vindos
Mas se não vierem, melhor!

"A Maia, foi só para rimar, :)))))"

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Dia Mundial da Criança

Hoje, eu ainda sou criança
brincando aqui alegremente
Hoje, a vida será uma dança
dançada convosco, minha gente

Hoje, vamos todos lá para fora
vamos correr, vamos jogar
Hoje, lançamos a maioridade fora
Hoje, vou ser eu a apanhar

Vou para o coito, contar
enquanto vos ireis esconder
Depois, vou-vos encontrar
Hoje, não vos deixarei crescer

Venham, venham, ver o que aqui ha
Um ninho? uma gruta com tesouros?
Vamos brincar ao Ali-ba-ba
ou então aos cristãos e aos mouros

Venham, vamos fazer uma corrida
Não, esperem, ninguem queira ganhar
Não vêem que a meta é a vida
E ela está ali para nos apanhar?

Voltem, voltem, por favor!!
Vamos de novo ser crianças!!